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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

GOVERNO ESTIMULA E PRATICA DISCRIMINAÇÃO EM HONDURAS

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» 16.10.2009


Brasileiros relatam discriminação em Honduras, diz deputado

06/10 - 18:06 - Sarah Barros, repórter em Brasília

BRASÍLIA - O coordenador da comissão externa de deputados federais que esteve em Honduras na última quinta-feira, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), relatou nesta terça-feira que recebeu relatos de brasileiros que estariam sendo discriminados depois da atuação do Brasil em favor do presidente deposto, Manuel Zelaya. “Hoje recebemos telefonemas dizendo que alguns filhos de brasileiros estariam sofrendo algum tipo de discriminação nas escolas”, afirmou Jungmann.

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Segundo o deputado, apesar do forte apoio internacional dado a Zelaya, a população hondurenha demonstra preferência pelo parlamento do país e pelo presidente interino, Roberto Micheletti. “Está passando em todas as televisões um filme que termina com a frase: Brasil e Venezuela violentaram a soberania de Honduras”, disse ele.

Zelaya foi expulso do país em junho depois de um golpe militar. A resistência ocorreu devido ao projeto de Zelaya de questionar a população sobre medidas que prolongariam sua permanência no poder. Há duas semanas, o presidente deposto se refugiou na embaixada brasileira, de onde tenta diálogo com o governo interino.

Jungmann afirmou que nesta tarde apresentará ao Itamaraty um relatório e proporá que o Brasil se desculpe por ter permitido que Zelaya utilizasse a embaixada para incitar pró-zelayas a resistir ao governo imposto. “O Brasil deve desculpas a Honduras, ao povo hondurenho, não por ter sido contra o golpe, não por ter dado abrigo, mas por permitir que Zelaya utilizasse a embaixada para fazer palanque político, isto levou a uma situação de extremo desgaste para o Brasil”, afirmou.

Segundo o deputado, este uso da embaixada poderia ter provocado o conflito armado e consequente derramamento de sangue. “Dissemos a Zelaya que o Brasil será responsabilizado se houver derramamento de sangue. Isso causa desconforto”, disse. Os deputados não propuseram que o líder deposto deixasse a embaixada, mas pediram que ele não incitasse a rebelião. “Zelaya disse que fazia incitamentos pacíficos, mas, em reunião com diplomatas do Brasil, eles disseram que nos cinco primeiros dias não tiveram controle e que as falas de Zelaya foram muito incendiárias”, completou.

O deputado avaliou ainda que a atuação da comissão de parlamentares brasileiros ajudou na aceleração das discussões sobre uma solução para o conflito político. Jungmann disse ainda que, nas reuniões com Zelaya, Micheletti, a corte e o parlamento hondurenhos, foi reforçado o posicionamento contra o golpe militar e a favor do apoio humanitário ao acolher Zelaya.

A pressão internacional aumenta sobre o governo de fato de Honduras. Micheletti admitiu na segunda-feira pela primeira vez a possibilidade de restituição do presidente Zelaya e restabeleceu as liberdades civis, que haviam sido revogadas com a volta do presidente deposto ao país.

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