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terça-feira, 30 de junho de 2009

PEQUENAS AGENCIASA RECLAMAM DE JUROS ALTOS

Economia

Pequenas agências reclamam de juros altos


29/6/2009

por Erik Farina

Buscar capital de giro ou capital para investimento em bancos ainda é um desafio para as pequenas agências de turismo no Brasil. Os juros bancários cobrados pelos empréstimos e pelas linhas de financiamento para o setor variam de 3% a 4% ao mês mais TJLP (6,25% ao ano). Percentual acima do que uma pequena companhia do ramo consegue crescer ao mês para pagar o empréstimo com algum fôlego.
"As agências de turismo trabalham com margens muito pequenas e quase nenhum capital de giro", afirma Carmen Marun, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem no Estado (Abav-RS). Por este motivo, ela comemora o anúncio da Caixa Econômica Federal (CEF) na semana passada de disponibilizar R$ 200 milhões para capital de giro nas empresas do setor. "Ainda assim, os juros de 2,8% mais a TJLP poderiam ser menores", ressalva.
Muitas vezes são as próprias agências que funcionam como capital de giro das operadoras e das companhias aéreas, explica Carmen. Isso por que elas recebem apenas 10% do valor dos pacotes, e muitas vezes precisam repassar imediatamente o pagamento às prestadoras de serviços, mesmo quando o pagamento do cliente final atrasa. Este imprevisto é mais comum nas agências que prestam serviços para o setor corporativo. O contrato é assinado entre empresa e agência, que antecipa o pagamento às empresas aéreas e aos hotéis. No entanto, com frequência, as organizações contratantes atrasam a quitação, fazendo com que as agências tenham que cortar na própria carne para honrarem os contratos com fornecedores.
Mesmo com opções de crédito surgindo no mercado, parte das agências prefere distância dos bancos. É o caso da Rota Cultural, de Porto Alegre. Quando precisa investir em algum novo automóvel ou renovar o equipamento, por exemplo, a empresa utiliza capital próprio, mesmo que isto represente um gasto imediato elevado.
"Além das taxas elevadas para pequenas e microempresas, os bancos pedem muitas garantias dependendo do tipo de financiamento, além de exigirem que se tenha um elevado saldo médio", explica Susana Abreu, diretora da empresa.
Os empréstimos anunciados pela CEF podem chegar a R$ 5 milhões por contrato, a serem pagos em um prazo de três anos, com 18 meses de carência. Para acessarem a verba, as empresas deverão estar cadastradas no Ministério do Turismo. A exigência para liberar recursos é que as empresas mantenham ou gerem novos empregos.
Novas alternativas de financiamento vêm surgindo também para as pessoas físicas, abrindo as possibilidades para uma concorrência maior. Em maio, a CEF havia anunciado uma linha de financiamento de R$ 2 bilhões para pessoa física, com foco nas classes C e D. "Esperamos que esta iniciativa traga um novo público", diz Carmen.

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